Dica do Leitor: Metodologia de ensino do francês


Olá galera! Mais uma postagem finalmente, depois de duas semanas parando em casa somente para dormir =/. A dica de hoje é uma dica de uma leitora, estudante de Francês (e peço mil desculpas pela demora), bom, quando ela me pediu eu jurava que já tinha escrito sobre o assunto no blog (só que não...). Na verdade eu estudei sobre isso, se não estou enganada, na disciplina de morfossintaxe ou fonética e a postagem mais próxima disso é bem antiga que fala do uso de dicionários no aprendizado do francês (se houver erros me comuniquem, eu ainda não atualizei essa postagem), em que eu faço uma breve abordagem a respeito dos tradutores.
História:
A cultura de aprender uma nova língua iniciou-se no século XX com a segunda guerra mundial, onde o inglês passou a ser mundialmente falado. Atualmente, há vários motivos que levam uma pessoa a aprender uma nova língua: mercado, viagens, curiosidades etc.. Antigamente a metodologia era conhecida como tradicional e tinha apenas um fim específico: cultura (poesias, provérbios e etc..). O auge do ensino de língua estrangeira foi na década de 60 se estagnando a partir da década de 80. Para entendermos como se deu esse processo de evolução descreverei abaixo cada um a seguir. Fique bem atento, pois, há muitos cursos por aí que ainda utilizam métodos tradicionais. Veja se você não está gastando dinheiro à toa com métodos ineficazes... Lembrando que tudo que eu escrevi aqui é baseado em artigos para que vocês não pensem que é algo inventado da minha cabeça, quem desejar vai poder conferir as referências.
a) La méthodologie traditionnelle:

Metodologia Clássica ou metodologia "grammaire-traduction". Esse método foi utilizado durante vários anos pelas melhores escolas do mundo para o ensino de línguas como grego e latim. O uso desse método no francês como segunda língua foi usado no século XIX. O essencial desse método é a leitura e a tradução de texto colocando a parte oral em segundo plano. Esse método usava a memorização de frases e a gramática era abordada à medida que apareciam em um texto base, ou seja, não há um esquema de classe é algo completamente aleatório.
A partir do século XVIII começou a aparecer livros didáticos para o ensino de língua estrangeira, conhecidos como CTOP (Cours traditionnels à objectif pratique) que tinha uma lista de vocabulários organizados por situações da vida cotidiana.
b) La méthode naturelle (Méthode des séries de F. Gouin): Gouin defende nesse método que o aprendizado de uma língua estrangeira se faz a partir da língua cotidiana, ou seja, o aprendizado deve ser feito semelhante ao trabalhado com crianças no aprendizado da língua materna. Esse método de aprendizagem argumenta que há uma ordem cronológica para aprender uma nova língua, tendo, portanto uma "série" de frases. Essa série de frases não é fornecida, portanto o método é muito criticado e dito incompleto.
c) La méthodologie directe: criado por C. Puren, esse método surge como uma evolução do tradicional e do método natural. Os princípios fundamentais desse método são:
  • O ensino não é feito com a tradução para língua materna e sim com o uso de objetos e imagens que representem a situação. 
  • Utilizar a língua oral sem ter como intermédio sua forma escrita.
  • O ensino da gramática estrangeira se faz de uma maneira indutiva. Os exercícios são conduzidos pelo professor.     
e) La méthodologie active: É conhecido como "metodologia eclética" ou "metodologia  mista". Consideram essa metodologia como sendo uma síntese da direta e tradicional.  Acredita-se que o equilíbrio pauta-se em 3 objetivos: formativo, cultural, prático. Um dos métodos usado nessa metodologia são a leitura e o entendimento do texto, assim como no método tradicional, a diferença é que esse entendimento é de maneira natural e espontânea. Os assuntos debatidos são discutidos de acordo com o interesse do aluno. Esse método é muito valorizado, pois, a motivação é dita como peça chave pela psicologia no aprendizado do aluno.
  
f) La méthodologie audio-orale: nasceu com a segunda guerra mundial, com a necessidade que a indústria de armas americana tinha para formar rapidamente pessoas que falassem outras línguas que não fosse o inglês. Esse método também é conhecido como "la méthode de l’armée" e não durou dois anos. Seu método baseia-se em exercícios estruturais com repetições de acordo com o cotidiano. Esse método foi considerado desmotivador, pois, os alunos passavam horas nas aulas e com muitos exercícios exaustivos.

g) La méthode situationnelle anglaise: conhecido como o método britânico oral, trabalha com o visual (imagens, flashcards) e com um vocabulário distribuído de acordo com a sua frequência em uma tabela semelhante ao método anterior.
h)La méthodologie audiovisuelle: após a segunda guerra mundial o inglês passou a ser cada dia mais falado mundialmente e, a França precisou reforçar seu prestígio dentro de suas colônias. Partindo desse ponto passou a ser adotado um método desenvolvido pela CREDIF(Centre de Recherche et d'Étude pour la Diffusion du Français) que dividia o francês básico em duas listas:
  • Primeiro grau: constituído 1475 palavras.
  • Segundo grau: compreendido 1609 palavras.
Devido a muitas críticas a CREDIF melhorou o método com recursos de imagem e ficou conhecido como SGAV (Structuro-Globale Audio-Visuelle). A seguir um vídeo demonstrativo desse método.



 

i) L’approche communicative: uso do francês instrumental, ou seja, o aprendizado do idioma por razões profissionais. Nesse caso a língua é conhecida como um instrumento de comunicação ou de interação social.

j)Actuellement: é dito como a crise das metodologias, pois não há uma metodologia única, global e dominante, deixando-o muito complexo. Mas, apesar de não se ter um método único, apresenta-se uma vantagem, uma vez que a liberdade de escolha torna o aprendizado mais flexível.

Minha opinião particular é o desabafo que eu deixei na página falando sobre a minha vivência com o estudo de idiomas. Quando eu estudei inglês era muito gramática, o professor vivia traduzindo em sala de aula (e isso na minha humilde opinião é condenável, não faz sentido traduzir um idioma ao pé da letra. E pode até ficar para uma próxima postagem isso se alguém interessar). Aprender um novo idioma, assim como qualquer outra disciplina, é um equilíbrio da teoria e pratica. Algo importante que se deve levar em consideração são seus interesses: cultura, mercado, pesquisa, curiosidade e enfim... Meu interesse com o francês é algo cultural (acho riquíssimo e tem muito a me agregar em vários campos de estudo, filosofia, artes, literatura e até mesmo na computação) e um pouco acadêmico (quem sabe um doutorado na França?)...O blog para mim é um hobby e uma troca de conhecimento! Espero que tenham gostado da postagem...E só uma dica, para finalizar, aos professores de língua estrangeira, se você é professor tente passar o conteúdo de forma mais didática possível! Estimule pesquisas, seminários, tente não traduzir a língua e plante a cultura do dicionário monolingue logo no inicio do curso, são mais caros mas, valem a pena o investimento. Beijos e até a próxima.
 

Referências:
1-Les méthodes d'enseignement du françaislangue seconde au Québec

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